Almeida Santos foi a
Évora visitar o preso nº 44 e como seria de esperar disse: “Tenho
uma grande admiração por ele e a verdade é que ele está preso sem ter sido acusado
de nada”, por
questões de higiene política fez questão de frisar que era “uma visita particular”, que se trata
de um "amigo de há muitos anos" e que “acredita na inocência
dele”, e até aqui nada de anormal, dentro da aberrante normalidade, dá-se
então o momento em que ele vai mais longe dizendo que “Tenho elementos para
dizer que ele é um homem sério” e aqui é que eu vacilei, lembrando-me de um
caso que envolve os 2 e onde objectivamente Almeida Santos mete a pata na poça.
Em Monte Gordo, localidade algarvia
com uma das melhores linhas de praia (e mais nada) existe desde 1960 aquele a
que muitos chamam o 1º Hotel do Algarve, O Hotel Vasco da Gama, que foi
construído em cima das dunas numa zona absolutamente proibitiva nos dias de
hoje, mas que na altura pouco ou nada interessava, era preciso pensar em
grande, trazer turistas e como tal o Vasco da Gama foi construído em cima da
praia e por lá se mantém até aos dias de hoje. Monte Gordo Cresceu bastante, actualmente
tem cerca de 20 equipamentos hoteleiros, mas uma coisa se manteve durante 40
anos, nunca mais se construiu nada na linha de praia em cima das dunas, até que
em 2001 é aprovado um empreendimento de seu nome Hotel Apartamentos DunaMar.
Nome bem apropriado, já que foi construído em cima das dunas e junto ao mar, os
locais chamam-lhe, carinhosamente, “os almeidas”. Porquê? Porque
a empresa promotora e construtora daquele atentado ambiental e urbanístico é
propriedade do filho do Almeida Santos. E quem era o Ministro do Ambiente e do Ordenamento do Território, a quando da aprovação abusiva desta obra? O preso nº44.
Desde o inicio que este
empreendimento monstruoso levantou suspeitas e protestos mas lá ficou pronto e
foi inaugurado em 2003, mas, a fazer fé nas escrituras de compra e venda realizadas num
domingo, 12 de Outubro de 2003, no Cartório Notarial de Vila Real de Santo
António, alguns contribuintes conseguiram adquirir apartamentos no Dunamar, a 7 e a 12 mil contos (moeda antiga), ficando dispensados do pagamento de sisa,
e pagando claro está, escrituras mais baratas.
Onde é que tudo isto nos leva?
Que se Almeida Santos tem elementos que atestem alguma coisa sobre o
prisioneiro nº 44, não é a sua seriedade, neste caso a seriedade de ambos,
coisa em que, obviamente, ninguém acredita. Ou então isto é tudo mentira e eu
sou apenas um parvo de merda.
O que é das dunas pertence ao mar e o que é do mar, o mar vem buscar. Veja-se o que está a acontecer na praia do Furadouro...
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